quinta-feira, 27 de maio de 2010

síndrome do coraçao de atleta




O coração e os vasos sanguineos assim como os músculos esqueléticos,são tecidos excitavéis que vivem sob constante adaptação conforme o trabalho que realizam.A hipertrofia cardíaca aos esforços fisícos intensos e regulares é algo muito bem documentado desde 1884 quando um médico inglês Dr.Bergman constatou que o coração de animais selvagens era muito maior do que o de animais domesticados da mesma espécie.A hipertrofia cardíaca não acontece isoladamente,com a pratica regular de atividade fisica intensa,uma série de adaptações ocorrem concomitantemente sobre o sistema cardiovascular.Adaptações que no caso dos atletas são extremamente acentuadas e caracterizam a chamada "síndrome do coração de atleta".
A primeira descriçao médica do "coraçao de atleta" foi feita por Henschen ,logo após a primeira olimpíada da era moderna,ainda em 1896,ao examinar corredores de esqui "cross-country" na neve.A síndrome(conjunto de sinais e sintomas)do coração de atleta é caracterizada por varias alterações fisiológicas e anatómicas,de carater benigno e reversível,que correspondem a adaptaçoes cronicas causadas pelo grande aumento do trabalho cardiovascular durante as sessões de treinamento físico.
O treinamento fisico predominante aerobio,quando intenso e prolongado,gera adaptações cardiovasculares tanto estruturais como funcionais.Este remodelamento cardiovascular,conhecido como 'síndrome do coração do atleta' representa alterações benignas que incluem aumento do volume das câmaras cardíacas ventriculares ,espessamento da parede ventricular,modificações no eletrocardiograma e melhores respostas arteriais as diversas necessidades do fluxo sanguineo.
Há aumento da força de contraçao com maior reserva cardíaca e maior aproveitamento do oxigénio mesmo em níveis máximos de trabalhos.O chamado"duplo produto"(frequência cardíaca x pressão sistólica),que indica o quanto esta sendo exigido do coração para determinado esforço,diminui nos esforços sub-máximos .Dessa forma,para mesma carga sub-máxima de esforço o coração de um atleta terá menores necessidades de oxigénio quando comparado a pessoas sedentárias ou menos treinadas.
Entre as varias adaptações do sistema cardiovascular com o treinamento físico vigoroso estão:menor frequência cardíaca em repouso e em exercícios sub-máximos,redução mais rápida da frequência cardíaca após o exercício ,maior débito cardiaco maximo (quantidade máxima de sangue ejetada pelos ventrículos por minuto),aumento da capacidade cardíaca para consumir oxigénio assim como o consumo máximo(VO2 máx),retorno venoso facilitado em exercício ,maior diminuiçao da resistencia periferica total(resistência dos vasos sanguíneos),redestribuiçao mais eficiente do fluxo sanguineo aumento das câmaras cardíacas e do espessamento de suas paredes (hipertrofia cardíaca).
Esportes de força como levantamentos de pesos e luta levam a um tipo de hipertrofia cardíaca mais voltada ao espessamento das paredes ,chamada hipertrofia concêntrica do coração.Esportes aerobios como a maratona ou ciclismo de longa distancia levam a outro tipo de hipertrofia cardíaca com ênfase no aumento das câmaras ventriculares,é a chamada hipertrofia excêntrica do coração.São todas adaptações benignas e ,portanto,reversiveis com a interrupção do esforço.Uma avaliação feitas em remadores durante um período de treinamento intenso mostrou um grande remodelamento cardiovascular tanto em relaçao ao aumento das camaras quanto ao da espessura das paredes cardiacas.A reavaliação após poucas semanas de interrupçao dos treinos mostrou significativa redução dessas medidas.
Pode-se concluir que a sindrome do coração de atleta é um conjunto de adaptações anatomicas e fisiológicas normais que ocorre em pessoas que realizam exercícios físicos intensos e de forma regular.Essas adaptações são normais nos atletas e possibilitam sua alta performance nos esportes

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